Os efeitos do estresse térmico na vacas leiteiras

O estresse térmico pode ser responsável por várias perdas na produção de vacas leiteiras e quando severo pode causar a morte dos animais.

Isso acontece porque parte do rebanho leiteiro no Brasil têm origem das raças de clima temperado como as europeias devido sua maior produção de leite, entretanto, não de adaptam muito bem em climas quentes.

Conforto térmico

As vacas leiteiras encontram-se em conforto térmico quando a temperatura do ambiente se mantém dentro de uma faixa chamada zona termoneutra, que é limitada em ambos extremos pela temperatura crítica inferior e pela temperatura crítica superior.

Quando a temperatura ambiente está fora da zona termoneutra o animal entra em estresse por calor.

bioclimatologia animal
Fonte: Silva, R.G. Introdução da Bioclimatologia Animal. São Paulo: Nobel, 2000.

Como saber se há estresse térmico?

Para saber se um animal está com estresse por calor medimos a temperatura retal do animal com uso de um termômetro clínico: valores acima de 39,4º C são indicativos de estresse.

Também pode-se contar a sua frequência respiratória; utilize um cronômetro ou relógio e conte os movimentos respiratórios realizados pelo animal durante 1 minuto, observando a movimentação do flanco.

Mais de 80 movimentos respiratórios por minuto é um indício de estresse por calor.

temperatura retal
Temperatura retal
frequência respiratória
Frequência respiratória

Como minimizar o estresse por calor?

  • Uso de ventiladores, aspersores e nebulizadores;
  • Oferta de sombra (natural ou artificial) nas pastagens e nos confinamentos;
  • Disponibilizar constantemente água limpa, de boa qualidade e em quantidade suficiente.

Vacas de alta produção são mais sensíveis ao calor que as vacas de baixa produção e que as vacas secas, pois produzem maior quantidade de calor metabólico, devido ao seu alto metabolismo para transformar alimentos em energia para a produção de leite.

tipos de climatização na sala de espera
Fonte: Näas, I.A. e Arcaro Júnior, I. Influência de ventilação e aspersão em sistemas de sombreamento artificial para vacas em lactação em condições de calor. Rev. Bras. de Eng. Agr. e Amb., v.5, 2001.

Além disso,

O estresse térmico é um dos fatores que influenciam na queda da imunidade das vacas leiteiras, fazendo com que elas fiquem mais suscetíveis à doenças.

A capacidade de produção de leite do animal de acordo com o seu potencial é determinada pelo ambiente físico e biológico em que vivem.

No Brasil, existe uma diversidade climática muito grande entre suas regiões por isso, quando se trata da produção de bovinos, estratégias de manejo ambiental devem ser realizadas com adaptações as condições locais visando o bem-estar dos animais.

O calor gerado para a produção de leite é função da ingestão e digestão dos alimentos, assim como da absorção e metabolização dos nutrientes.

Por isso diversas modificações ambientais podem ser introduzidas, visando diminuir a temperatura sobre os animais e, consequentemente, atenuar o
estresse por calor, auxiliando, assim, no conforto de vacas leiteiras confinadas.

4 dicas que podem ajudar com problemas decorrentes do uso incorreto de sistemas de climatização:

1. Fique atento para o dimensionamento e localização das sombras. Pouca sombra pode gerar competição e brigas entre os animais, piorando seu bem-estar.

2. Se a única fonte de sombra do piquete estiver localizada sobre o cocho, este local será ocupado pelas vacas dominantes e as submissas terão dificuldades para se alimentar.

3. Previna que as vacas utilizem excessivamente o mesmo local de sombra causando formação de lama, já que essa situação pode aumentar a incidência de mastite no rebanho.

4. Faça manutenção periódica dos sistemas de aspersão evitando vazamentos ou falhas na regulagem, o que pode acarretar umedecimento da cama, formação de lama e desperdício de água.

Fontes Consultadas

Revista Nutritime