Leite A2: uma opção para os alérgicos

No leite da vaca a beta-caseína representa aproximadamente 30% do total de proteínas, podendo estar presente em duas diferentes variantes de acordo com a genética do animal: beta-caseína A1 e A2.

Essas proteínas podem estar envolvidas em alguns casos de alergia ao leite que está não relacionada à lactose. Por isso, muitas pessoas, principalmente crianças, são alérgicas a uma ou mais proteínas do leite da vaca ou de outras espécies, mas não são intolerantes à lactose.

Diferença entre alergia ao leite e intolerância à lactose:

Alergia ao leite

  • O que é: alergia desencadeada pelo sistema imunológico à proteína do leite.
  • Quando ocorre: geralmente em crianças com até três anos.
  • Como resolver: suprimir produtos lácteos até a superação da alergia.
  • Sintomas: se manifestam na pele, no trato respiratório e no trato gastrointestinal, o que pode até levar a uma reação anafilática.

Intolerância à lactose

  • O que é: sensibilidade, ocorre no sistema gastrointestinal, por causa do açúcar do leite.
  • Quando ocorre: é raro em crianças pequenas, mais comum em adultos.
  • Como resolver: moderar no consumo e substituir por alimentos com baixo teor de lactose.
  • Sintomas: flatulência, diarreia, desconforto, inchaço e cólica abdominal.

Observação: O organismo de algumas pessoas não produz a enzima lactase que é responsável pela digestão da lactose, por isso ela apresenta intolerância à lactose.

Leite A2

O leite A2 é o leite que possui em sua composição apenas a Beta Caseína A2, produzido a partir de vacas com o genótipo A2A2.

O interesse pelo leite A2 começou na Nova Zelândia, na década de 1990, quando médicos identificaram uma diferença na fração de caseína e resolveram investigar.

Todas as fêmeas de espécies mamíferas, entre elas as humanas, as cabras, as búfalas, as éguas e as camelas, produzem apenas a beta-caseína A2, mas, por causa de uma mutação genética que ocorreu há aproximadamente 10 mil anos, algumas vacas passaram a produzir a beta-caseína A1. Por esse motivo, a beta-caseína A2 é chamada de caseína “natural”.

Esquema de produção

Cerca de 30% das pessoas acreditam ter intolerância à lactose, mas na verdade apenas 5% das pessoas que possuem a intolerância à lactose. O que podemos afirmar é que cerca de 25% a 30% da população são sensíveis a Beta Caseína A1.

Essa pequena mudança pode parecer inofensiva, mas é suficiente para alterar a digestão da molécula e levar a outras consequências. Quando as enzimas digestivas interagem com a molécula de ?caseína A1, ela é quebrada, justamente, na posição 67, liberando um peptídeo de sete aminoácidos, o BCM-7. A presença de prolina, em vez de histidina, na variante A2, evita a hidrólise da ligação peptídica entre os resíduos 66 a e 67a na ?-caseína A2 e inibe a produção de BCM-7.

O teste de genotipagem, feito em uma amostra de material biológico (sangue ou folículo piloso), é a forma mais eficiente de determinar o genótipo para ?-caseína do animal.

A Revista Leite Integral afirma que ” Em um importante estudo, os pesquisadores relataram que o consumo de leite A2 provocou melhora em crianças que tinham reclamação de constipação após o consumo de leite comum. Em um teste clínico, o consumo de leite A1 foi relacionado com maior inflamação do intestino, dores abdominais e distensão abdominal. Essas relações não foram observadas nas pessoas que receberam leite A2″.

Para produzir o leite A2 é necessário um mapeamento da genética dos bovinos, por isso seu custo é mais elevado. No entanto, é uma opção para pessoas que possuem alergia ao leite A1, enquanto que pessoas que possuem intolerância à lactose tem a opção dos lácteos zero lactose.